domingo, 14 de agosto de 2011

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa
de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque
em meu ser está tudo terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados

Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei ... tu irás e encostarás
a tua face em outra face

Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei a minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa

Porque meus dedos enlaçaram os dedos
da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos portos silenciosos

Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.

Vinícius de Moraes

Ternura




Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.



Vinícius de Moraes

Recordações






Dentro de pensamentos e objetos
Pequenas coisas
De grandes valores ao coração.
Presentes
Para grandes recordações,
Valores sentimentais...
Em simples coisas
Se guardam momentos de felicidade;
Momentos inesquecíveis
Os quais as estrelas e a lua
Foram testemunhas;
Testemunharam a felicidade
Unida ao amor.
Recordações
Que podem ser jogadas pela janela
Mas jamais apagadas do coração.
Recordações que fortalecem a saudade
E alimentam a esperança.
Segredos escondidos em
Cartas,
Presentes,
Ou em uma linda canção...
Recordações que alimentam os sonhos
E calam as palavras.
Recordações
Simples recordações
Que fantasiam a alma
E multiplicam os desejos;
Desejos que se prendem
Em doces
Recordações.

domingo, 7 de agosto de 2011

Charles Chaplin





“Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis”.
Já fiz coisas por impulso, 
Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger, 
Já dei risada quando não podia, 
Já fiz amigos eternos,
Já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado,
Já fui amado e não soube amar.

Já gritei e pulei de tanta felicidade, 
Já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos, 
Já liguei só pra escutar uma voz, 
Já me apaixonei por um sorriso,

Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e... ...tive medo de perder alguém especial 
(e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!

E ainda vivo!
Não passo pela vida... 
e você também não deveria passar. Viva!!!

Bom mesmo é ir a luta com determinação, 
Abraçar a vida e viver com paixão,
Perder com classe e vencer com ousadia,
Porque o mundo pertence a quem se atreve 
E
A VIDA É MUITO 
para ser insignificante